Duas estudantes de medicina do Hospital das Clínicas da USP postaram um vídeo no TikTok, agora removido, expondo a paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, nove dias antes de sua morte, em 28 de fevereiro de 2024, devido a insuficiência renal. No vídeo, as alunas mencionam os três transplantes cardíacos de Vitória, realizados durante sua infância e adolescência, e discutem, de forma inadequada, sua condição de saúde. O vídeo, que foi visualizado por mais de 212 mil pessoas, causou indignação na família da paciente, levando sua mãe e irmã a registrarem um boletim de ocorrência e acionarem o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Instituto do Coração (Incor).
As estudantes afirmaram no vídeo que Vitória teria falhado em seguir o tratamento após o segundo transplante, o que teria levado à rejeição do órgão e necessidade de um novo transplante. No entanto, a família de Vitória refutou essas alegações, garantindo que ela seguia rigorosamente o tratamento. A mãe de Vitória, Cláudia Chaves, desabafou sobre a dor de ver a filha descreditada publicamente, afirmando que a paciente sempre teve "sede de vida" e não merecia ser retratada de forma tão desrespeitosa.
O Incor repudiou as atitudes das estudantes, informando que apura o caso com rigor e tomará as medidas cabíveis. A família de Vitória exige uma retratação pública das alunas, que não foram localizadas para comentar o caso. Vitória, que sonhava em ser médica, havia dedicado sua vida à luta pela saúde e sempre foi acompanhada de perto pela família, que defendia seu esforço em buscar tratamentos e viver com qualidade.
A exposição de Vitória nas redes sociais gerou grande repercussão, com muitos comentários negativos contra a jovem, o que aumentou o sofrimento da família durante o processo de luto. A situação levanta uma discussão sobre a ética médica e a responsabilidade dos profissionais da saúde com a privacidade e dignidade dos pacientes.
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