A crescente demanda por dispositivos eletrônicos como computadores e smartphones tem gerado uma quantidade alarmante de lixo eletrônico, que em 2022 alcançou 62 milhões de toneladas, conforme relatório da ONU. Esse resíduo, em sua maior parte, é descartado em aterros ou incinerado, liberando substâncias tóxicas e prejudicando o meio ambiente. Além disso, há uma grande perda de recursos valiosos, como metais raros, com apenas 1% de recuperação por meio da reciclagem.
Uma inovação promete ajudar a resolver esse problema: o Aquafade, um plástico solúvel em água que pode ser usado para revestir dispositivos eletrônicos. O produto se dissolve completamente em cerca de seis horas quando imerso em água, facilitando a recuperação de componentes valiosos e diminuindo a quantidade de lixo eletrônico. A ideia surgiu após um experimento simples com uma cápsula de lava-louças solúvel, e agora está sendo desenvolvido por uma equipe de cientistas britânicos.
O Aquafade pode ser aplicado inicialmente em produtos como pulseiras LED, comuns em shows, e também em dispositivos como mini PCs. A grande vantagem é que ele reduz a complexidade do processo de reciclagem, permitindo que o descarte e a recuperação de materiais sejam feitos de forma mais eficiente e em casa. Apesar do custo ser atualmente maior que o plástico convencional, espera-se que, com a produção em massa, o preço se torne mais acessível.
Embora o projeto seja promissor, especialistas questionam a sustentabilidade a longo prazo do plástico solúvel, especialmente sobre a sua biodegradabilidade e o impacto no meio ambiente. A equipe do Aquafade está ciente dessas preocupações e continua a testar e aprimorar o material para garantir sua eficácia e segurança ambiental.
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