A esporotricose, uma micose que afeta humanos e animais, tem avançado no Rio Grande do Norte, atingindo principalmente mulheres cuidadoras de gatos. Para enfrentar a doença, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) lançou um projeto inovador que integra saúde humana, animal e ambiental. A iniciativa, aprovada em edital nacional do CNPq, prevê diagnóstico, tratamento e prevenção da doença, com foco em capacitar profissionais e comunidades em todo o estado.
Causada por fungos do gênero *Sporothrix*, a esporotricose é transmitida principalmente por arranhões e mordidas de gatos infectados. A doença gera feridas na pele e exige tratamento com antifúngicos que pode durar meses. A proposta da UFRN reúne órgãos públicos, universidades, ONGs e clínicas veterinárias, e pretende capacitar 800 profissionais, além de produzir materiais educativos e promover ações de vigilância em comunidades vulneráveis.
Com investimento de cerca de R$ 494 mil e duração de dois anos, o projeto também visa gerar evidências científicas e propor políticas públicas para o enfrentamento da micose. A UFRN coordena o trabalho em parceria com instituições como a SESAP, o ISD e a UFMT, entre outras. A abordagem segue o conceito de Saúde Única, que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.
O tratamento da esporotricose, tanto em humanos quanto em gatos, é feito principalmente com o antifúngico itraconazol. A médica Andreia Ferreira Nery, coordenadora do projeto, reforça que o sucesso no controle da doença depende da articulação entre setores, do cuidado com os animais doentes e da educação das comunidades sobre a importância da prevenção.
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