Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (10) revelou que aproximadamente 1,6 milhão de mulheres podem ter tido fotos ou vídeos íntimos divulgados sem o seu consentimento nos últimos 12 meses. O fenômeno, frequentemente chamado de “pornografia de vingança”, resulta em humilhação pública, danos emocionais e até perdas materiais, como o desemprego ou rompimento de relações familiares.
Os dados fazem parte da quinta edição da pesquisa “Visível e Invisível: Vitimização de Meninas e Mulheres”, realizada a cada dois anos. O objetivo principal da pesquisa é entender a violência contra a mulher para além dos registros policiais. A pesquisa foi realizada em 126 municípios entre 10 e 14 de fevereiro, entrevistando 793 mulheres com 16 anos ou mais sobre formas de violência que possam ter experimentado ou presenciado no último ano.
Surpreendentemente, a pergunta sobre a divulgação de imagens íntimas foi incluída pela primeira vez no questionário, e os resultados mostraram uma prevalência muito maior entre mulheres jovens. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destacou que esse número elevado acende dois alertas importantes: a dificuldade de investigação e punição de casos como esse, e a necessidade de capacitar as autoridades policiais para lidar com tais crimes. Ela também enfatizou a importância de educar jovens para evitar a exposição de materiais íntimos.
Além dos casos de “pornografia de vingança”, a pesquisa revelou que 21,4 milhões de mulheres brasileiras (ou 37,5% da população feminina com 16 anos ou mais) foram vítimas de algum tipo de violência no último ano. As formas mais frequentes de violência incluem humilhações verbais e agressões físicas, como batidas, chutes ou empurrões.
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