Valney Mello, corretor de imóveis de 48 anos, iniciou em 2012 um tratamento que transformaria sua vida. Após enfrentar uma mudança inesperada em sua saúde, com episódios de intensa atividade cerebral e falta de sono, Valney foi diagnosticado com transtorno bipolar. O diagnóstico surgiu após sua esposa, com o apoio de amigos, levá-lo a uma urgência psiquiátrica do SUS. Ele descreve a médica que fez a avaliação como "competente e humana", e com isso, iniciou um tratamento que seguiu até hoje, com acompanhamento trimestral no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol).
O transtorno bipolar é frequentemente confundido com outras condições psiquiátricas, como esquizofrenia, o que pode atrasar o diagnóstico. De acordo com Emerson Arcoverde, psiquiatra do Huol, a condição tem forte relação com fatores genéticos, sendo mais comum em pessoas com histórico familiar de transtorno bipolar ou suicídio. Traumas na infância também podem aumentar o risco de desenvolvimento do transtorno.
Valney seguiu com um rigoroso acompanhamento terapêutico, que inclui consultas trimestrais e participação em grupos de terapia. Essa rotina foi essencial para evitar novas crises e manter sua estabilidade. Ele hoje se dedica à família, à prática de esportes e ao trabalho, além de se envolver com atividades religiosas, preservando sua saúde mental e evitando situações estressantes.
Em um contexto mais amplo, o transtorno bipolar ainda sofre com o estigma e desinformação. Para promover maior compreensão sobre a doença, o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, comemorado em 30 de março, busca aumentar o conhecimento e combater os preconceitos relacionados à condição. O Huol, onde Valney é acompanhado, oferece ambulatórios especializados e realiza pesquisas para tratar o transtorno, incluindo estudos sobre o uso de toxina botulínica para a depressão bipolar.
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