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Uma adolescente chegou à casa do pai na Estrutural com queimaduras de terceiro grau nas mãos e na língua, hematomas na cabeça e o cabelo cortado à força, após escapar de um terreiro de Umbanda onde era mantida como escrava sexual. Hayra Vitória Pereira Nunes, 22 anos, apontada como a responsável pelas agressões, foi presa na quinta-feira (6/3) pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama). A jovem buscou refúgio na Tenda Espiritual Vovó Maria Conga Aruanda em setembro passado, esperando acolhimento, mas encontrou violência, exploração e isolamento.
No local, a vítima foi forçada a realizar tarefas domésticas e, com o tempo, perdeu contato com a família. Ela relatou ter sido obrigada a se prostituir, com suas roupas substituídas por vestimentas sensuais e fotos íntimas usadas para atrair clientes, cujo dinheiro ia para Hayra. Além disso, sofreu torturas brutais: após ser acusada de roubar R$ 200, levou pauladas, teve as mãos e a língua queimadas com brasa, pimenta esfregada nas feridas e cachaça jogada sobre o corpo, temendo ser incendiada.
A fuga aconteceu em 26 de janeiro de 2025, quando a adolescente conseguiu escapar e buscar ajuda do pai. Levada ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), passou por cirurgias reparadoras. A Polícia Civil do Distrito Federal abriu inquérito para investigar os crimes, que incluem maus-tratos, exploração sexual e cárcere privado. Hayra, que se mudou para Brasilinha (GO) ao saber da investigação, foi presa com outro adolescente de 15 anos em sua companhia, sugerindo a possibilidade de novas vítimas.
Outra mulher que vivia na tenda também foi encontrada tentando fugir, com hematomas e relatos de tratamento como escrava. Hayra, seu marido Lucas Gomes e um caseiro, Alex, deram versões contraditórias à polícia: ela negou as agressões, Lucas disse desconhecer a violência, e Alex admitiu saber das queimaduras, mas negou autoridade sobre a líder. As investigações continuam para esclarecer a extensão dos abusos no terreiro.
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