A pesquisa, que envolveu 417 participantes. Foto: Divulgação |
O uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tem se tornado cada vez mais comum, mas a recente e inédita pesquisa do Instituto do Coração (InCor) revela que seus riscos à saúde são alarmantes. O estudo, divulgado nesta segunda-feira(25) e realizado em parceria com a Vigilância Sanitária de São Paulo e a USP, mostrou que os usuários de vapes podem consumir até seis vezes mais nicotina do que os fumantes de cigarros convencionais, o que aumenta significativamente os riscos de doenças cardíacas, respiratórias e até câncer.
Os dados indicam que até aqueles com menos de um ano de uso apresentam níveis de nicotina tão elevados quanto os de fumantes com décadas de vício. Além disso, muitos produtos rotulados como "sem nicotina" ainda contêm a substância, enganando os consumidores e dificultando o controle do consumo.
A nicotina afeta o sistema nervoso central, aumentando a pressão arterial e o risco de distúrbios mentais como ansiedade e depressão. O uso prolongado dos vapes pode encurtar o intervalo de desenvolvimento de doenças relacionadas ao tabagismo, com casos de infarto já sendo observados em jovens de 20 anos.
A pesquisa, que envolveu 417 participantes, reafirma que o vape é um produto que traz sérios riscos à saúde, com efeitos ainda pouco compreendidos pela população. É essencial que o público tenha consciência dos perigos desses dispositivos, que, embora muitas vezes vistos como uma alternativa menos prejudicial, podem ser tão ou mais danosos que os cigarros tradicionais.
Em relação ao perfil dos usuários, a pesquisa evidenciou que a maior parte são pessoas brancas (60%) e com renda mensal que varia entre R$2.500 (75%), R$5 mil (50%) e R$10 mil ou mais (30%). Com relação às motivações, 17,8% dos usuários afirmaram ter optado pelo cigarro eletrônico como método para parar de fumar o cigarro comum. O restante disse ter sido por curiosidade (40,6%), influência de amigos ou familiares (28,1%) e publicidade (4,3%).
Apesar da proibição no Brasil, os vapes continuam acessíveis, com boa parte dos usuários desconhecendo os reais riscos envolvidos.
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