A PEC que quer abolir a jornada 6x1 e limitar o trabalho a 36 horas semanais, distribuídas em quatro dias, tem ganhado cada vez mais apoio e gerado discussões acaloradas. Proposta pela deputada Erika Hilton (PSol-SP), a ideia é reduzir a carga de trabalho para proporcionar mais qualidade de vida e aumentar a produtividade dos brasileiros. Para muitos, isso significa mais tempo livre para descansar, estudar e ficar com a família, ou seja, um modelo que até países da Europa já estão adotando.
O tema explodiu nas redes sociais com o apoio de celebridades e influenciadores. Não é para menos: quem não gostaria de uma semana mais curta? O resultado foi uma petição online que já ultrapassou 1,4 milhão de assinaturas. Só que, apesar desse entusiasmo, o governo federal está pisando no freio. Fontes do Planalto garantem que Lula ainda não quer dar sinal verde à ideia, pelo menos não sem uma longa conversa com os empresários. O presidente prefere observar de longe e deixar o Congresso debater o tema primeiro.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, até tentou entrar na conversa e sugeriu um meio-termo, defendendo que a questão seja resolvida em acordos entre empresas e trabalhadores, e não por imposição. Ele também mencionou uma possível redução gradual para 40 horas semanais, uma proposta menos radical. No entanto, o gesto de Marinho não foi bem visto no Planalto, onde assessores de Lula consideraram que ele deu um passo à frente sem que o debate esteja amadurecido.
E como está a situação entre os deputados do Rio Grande do Norte? Até agora, Fernando Mineiro e Natália Bonavides, ambos do PT, são os únicos da bancada a declararem apoio ao fim da jornada 6x1. Já os outros seis parlamentares do estado – incluindo Benes Leocádio (União Brasil), João Maia (PP), General Girão (PL), Robinson Faria (PL), Sargento Gonçalves (PL) e Paulinho Freire (União Brasil) – ainda não se posicionaram. Freire, aliás, foi eleito prefeito de Natal e logo será substituído por Carla Dickson (União Brasil) na Câmara.
Agora, Erika Hilton precisa angariar o apoio de pelo menos 171 deputados para que sua proposta comece a tramitar. Até agora, 106 parlamentares já se declararam a favor, e a deputada do PSol tem intensificado as articulações.
A pergunta que fica é: a proposta vai conseguir vencer as resistências e colocar o Brasil na vanguarda do "futuro do trabalho"?
Ana Bezerra/ Redação
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