Medida estabelece orientações para itinerários formativos e reforça a carga horária de disciplinas tradicionais, com implementação a partir de 2026
Nesta quinta-feira (7) a Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. A medida estabelece novas orientações para a organização dos itinerários formativos, que permitirão aos estudantes um currículo mais flexível e conectado às suas escolhas de área de interesse. A implementação das mudanças começará em 2026, com o objetivo de oferecer uma formação mais robusta e adaptada às exigências do mercado de trabalho, além de garantir uma educação mais integrada e alinhada com as necessidades da sociedade.
A principal mudança proposta pela nova legislação, instituída pela Lei nº 14.945/2024, é a combinação de disciplinas obrigatórias e itinerários formativos, que permitem aos alunos escolher áreas de interesse. A formação geral básica, com 2,4 mil horas, incluirá conteúdos essenciais, como Português, Matemática, Física e História, garantindo um currículo comum para todos. Já os itinerários formativos, com 600 horas, possibilitarão ao estudante aprofundar-se em áreas como Matemática, Ciências Humanas e Linguagens, conforme sua escolha.
Além disso, o Novo Ensino Médio contempla o fortalecimento da educação profissional e tecnológica, com a inclusão de conteúdos que preparam os estudantes para o mercado de trabalho. A formação geral básica no ensino técnico terá 2,1 mil horas, enquanto os itinerários formativos no ensino técnico contarão com 900 horas, podendo ser estendidas dependendo da demanda de cada curso.
A expectativa é que as mudanças sejam implementadas de maneira gradual. Para apoiar essa transição, o Ministério da Educação (MEC) está capacitando mais de 200 técnicos em secretarias estaduais de educação, que serão responsáveis por adaptar as diretrizes às realidades locais. A partir de 2027, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será ajustado para refletir as novas exigências do currículo, cobrando conteúdos tanto da formação geral quanto dos itinerários formativos.
A reformulação do Novo Ensino Médio pretende corrigir distorções do modelo anterior, implementado em 2021, que gerou críticas pela diminuição do tempo de aulas em disciplinas tradicionais e pela inclusão de conteúdos considerados pouco relevantes academicamente.
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