Imagine a expectativa de corrigir um problema de visão que compromete a qualidade de vida. Após meses de espera, chega o grande dia da cirurgia de catarata. Porém, em vez de melhorar a visão, alguns pacientes perderam completamente a capacidade de enxergar. Este foi o resultado de um mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado pela Prefeitura de Parelhas, no Rio Grande do Norte.
Entre os 15 pacientes afetados, oito homens e sete mulheres, com idades entre 43 e 80 anos, foram submetidos ao procedimento na Maternidade Graciliano Lordão. Apenas 24 a 36 horas após as cirurgias, começaram a surgir sintomas graves de infecção, que resultaram na perda total da visão de 9 deles. Outros quatro precisaram passar por uma cirurgia de vitrectomia, um procedimento de alta complexidade para remoção do vítreo. Dois pacientes permanecem em casa, com a infecção controlada, mas ainda sem conseguir enxergar.
A bactéria Enterobacter cloacae, resistente a antibióticos, foi identificada como a causa da infecção. Este microorganismo pode estar presente em ambientes como água, fezes e até mesmo em alimentos. No entanto, o risco aumenta para pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.
A Prefeitura de Parelhas e o Ministério Público do Estado estão apurando as causas da contaminação, incluindo possíveis falhas na esterilização do material cirúrgico e na qualidade da água utilizada. Enquanto isso, a empresa responsável pelas cirurgias, a Oculare Oftalmologia Avançada, informou que está fornecendo todo o apoio necessário aos pacientes afetados.
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