O Ministério de Minas e Energia está avaliando a possível retomada do horário de verão como uma medida para mitigar os efeitos da crise hídrica sobre o setor elétrico. A proposta visa reduzir o consumo de energia durante os horários de pico, quando a demanda por eletricidade é maior, especialmente devido ao uso de aparelhos como ar-condicionado e ventiladores. Essa mudança ajudaria a diminuir a pressão sobre o sistema, que enfrenta desafios pela baixa geração de energia hídrica, causada pela seca.
O ministro Alexandre Silveira destacou que o horário de verão pode ser uma estratégia eficaz para distribuir melhor o consumo de energia, ao deslocar o horário de maior demanda para um período com menor sobrecarga no sistema. A medida, no entanto, depende de uma decisão política e não exclusivamente técnica, já que o impacto econômico direto da mudança é limitado. O principal benefício seria a gestão mais eficiente dos picos de consumo, que ocorrem no início da noite, quando a energia solar deixa de ser produzida e há uma transição até que a energia eólica aumente sua produção.
Silveira também mencionou que a ativação de termelétricas, mais caras e poluentes, é uma necessidade em momentos de alta demanda, algo que poderia ser reduzido com a redistribuição do consumo energético proporcionada pelo horário de verão.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também apoiou a ideia, afirmando que a medida pode ajudar a economizar energia e reduzir o desperdício.
O horário de verão foi implementado de forma permanente no Brasil em 1985, mas foi suspenso em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro, com a justificativa de que os avanços tecnológicos e as mudanças nos padrões de consumo de energia tornaram a medida menos eficaz. Mesmo diante da crise hídrica de 2021, a política não foi retomada. Agora, diante de uma nova crise no setor, o retorno do horário de verão volta a ser debatido como uma possível solução.
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