Quem já não usou aquele talco em um bebê ou mesmo porque gostava do cheirinho dele? Nos dias de hoje o talco ainda é usado em barbearias e centros de depilação, mas é bom ficar atento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua classificação do talco, identificando-o como um potencial cancerígeno para seres humanos. O anúncio foi feito após uma reunião de especialistas do Centro Internacional de Pesquisa do Câncer (CIRC/IARC) realizada em Lyon, com os resultados publicados na última sexta-feira (5) na revista científica The Lancet Oncology.
Especialistas alertam que a exposição ao talco ocorre principalmente em ambientes ocupacionais, durante sua extração, processamento ou na fabricação de produtos que contêm este mineral. Além disso, o talco é amplamente utilizado em cosméticos e pós corporais, o que aumenta a exposição do público geral.
Os estudos que fundamentaram a nova classificação da OMS indicam uma possível ligação entre o uso de talco na região genital e o aumento de casos de câncer de ovário. Evidências adicionais provenientes de estudos em animais de laboratório também demonstraram o potencial cancerígeno do talco.
Embora a maioria das pesquisas tenha focado no talco livre de amianto, uma substância notoriamente cancerígena, a possibilidade de contaminação do talco com amianto durante sua extração não pode ser totalmente descartada. Esse fator adiciona uma camada extra de complexidade e preocupação em torno do uso do talco.
Além do talco, a acrilonitrila, um composto orgânico volátil utilizado na produção de polímeros, também foi reclassificada pela OMS como cancerígena. Evidências suficientes demonstram que a acrilonitrila pode provocar câncer de pulmão e há evidências limitadas de sua relação com o câncer de bexiga.
A acrilonitrila é amplamente empregada na fabricação de fibras para roupas, carpetes, plásticos e peças automotivas. Ela também está presente na fumaça do cigarro e contribui significativamente para a poluição do ar.
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