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Por Mário Curcio
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A Chroma-Líquido, uma joint venture entre o Grupo Chroma e a Líquido Indústria Têxtil, já produz tecidos com ação antibacteriana e antiviral para aplicação nos setores automobilístico, ferroviário e aeronáutico.
A empresa foi homologada pela Rhodia para produzir tecidos e artigos têxteis a partir de um fio de poliamida (Rhodia Amni Virus-Bac Off) com ação permanente contra bactérias e vírus como o SAR-COV2, causador da Covid-19.
A Chroma-Líquido prevê faturar R$ 250 milhões nos próximos 12 meses com essa nova unidade de negócios e produzir nesse período 2 mil toneladas de tecidos feitos com o fio Rhodia. O mercado potencial para esse tecido estaria acima dos R$ 5 bilhões.
“Em 30 dias já haverá ônibus circulando na Grande São Paulo com capas sobre os bancos e os balaústres produzidas com esse tecido”, afirma o CEO da Chroma-Líquido, Luís Gustavo de Crescenzo. A empresa desenvolveu essa solução a partir de acordos com companhias de transporte urbano.
Já a fabricante de carrocerias Caio está em fase final de testes com um ônibus urbano. O tecido inovador reveste poltronas, pega-mãos e balaústres. Segundo o diretor comercial do Grupo Caio, depois de concluídas as avaliações, o revestimento estará disponível nos ônibus das marcas Caio (veículos urbanos) e Busscar (rodoviários).
“Três montadoras de automóveis desenvolveram capas para aplicação sobre os bancos para venda como acessório em suas concessionárias”, diz o executivo.
Estudos apresentados pela Chroma-Líquido demonstram que se o tecido receber o toque de mãos, roupas ou pequenas gotas com vírus, este perderá o seu poder contaminante. Dessa forma, o tecido evita a chamada “contaminação cruzada”, em que o contágio ocorre quando uma pessoa contaminada encosta numa superfície e, após isso, outros tocam o mesmo local.
O CEO da Chroma-Líquido ressalta que as propriedades do tecido permanecem por toda a vida útil, independentemente da quantidade de lavagens ou condições de atrito.
Entre as desvantagens estão o fato de ser um tecido permeável (o que dificulta a limpeza de coletivos, por exemplo) e certamente mais caro. O fio utilizado custa 2,3 vezes mais que o empregado em tecidos de poliéster, os mais comuns na indústria automobilística.
Ainda de acordo com Crescenzo, da Chroma-Líquido, o tecido vem passando por testes no aeroporto internacional de Guarulhos (SP) e trens. As montadoras já avaliam sua aplicação no lugar de tecidos convencionais, mas isso depende de processos de homologação demorados.
Além da utilização no transporte, os tecidos podem ser empregados na confecção de máscaras, roupas e protetores.
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