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Por Mário Curcio
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A exportação de autopeças deve voltar aos níveis registrados antes da quarentena já no primeiro trimestre de 2021, isso considerando a cotação do dólar mantida por volta de R$ 5 e também contando com a rápida normalização das condições econômicas em parceiros como Argentina, Estados Unidos e México. A estimativa é do Sindipeças, entidade que reúne fabricantes do setor.
A exportação de autopeças em maio somou US$ 239,7 milhões, resultando em queda de 18,4% na comparação com abril, que já havia sido o pior mês em cerca de 20 anos como reflexo das dificuldades logísticas, alfandegárias e econômicas provocadas pela pandemia de Covid-19. No acumulado dos cinco meses as exportações de autopeças já recuaram 33% ao somar US$ 2,1 bilhões.
A importação de autopeças também despencou pelas dificuldades inerentes à pandemia. Em maio o País comprou US$ 567,3 milhões em itens, valor semelhante ao de abril, mas 44,8% mais baixo que o de maio de 2019. No acumulado dos cinco meses o Brasil importou US$ 3,6 bilhões de autopeças, número 25,4% menor pela comparação interanual.
Com os resultados, o déficit na balança comercial de autopeças nestes cinco meses somou US$ 1,5 bilhão, valor 10,7% menor que o anotado em iguais meses do ano passado.
VENDAS À ARGENTINA CAEM PELA METADE EM 2 ANOS
A Argentina permanece como principal destino das autopeças brasileiras. Nestes cinco meses, contudo, foram enviados ao país vizinho apenas US$ 407,5 milhões em componentes, um total 38,9% mais baixo que em iguais meses de 2019, que já haviam apresentado queda de quase 30% na comparação com 2018. Isso significa que dois anos atrás a Argentina já havia absorvido US$ 950 milhões em autopeças brasileiras, mais que o dobro realizado em 2020.
No caminho oposto, a China permanece como principal fornecedor de componentes automotivos, com US$ 608,8 milhões no acumulado até maio, anotando queda de 14,3% na comparação com iguais meses do ano passado. Ainda assim, o país asiático responde sozinho por 16,9% de todas as autopeças compradas do exterior.
A Alemanha é o segundo maior fornecedor e entre janeiro e maio enviou ao Brasil US$ 397,1 milhões em itens. A queda em relação a iguais meses de 2019 é de 34,5%, refletindo a maior dificuldade nas transações com a Europa durante a quarentena. Vale dizer também que dos 20 principais fornecedores de autopeças ao Brasil, somente Dinamarca e Áustria (pouco representativos em valores) anotaram crescimento em suas vendas nestes cinco meses.
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