Redação,Via Certa
Por Sueli Reis
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A Scania avança em mais um negócio com seus caminhões a gás: a montadora confirma a venda de 18 unidades para a Pepsico, empresa global do ramo de alimentos e bebidas, se tornando o maior lote negociado até agora. O lote é composto por dez unidades do modelo G 340 4x2 e oito R 410 6x2, que farão o transporte de produtos da companhia em rotas por todo o Brasil.
Segundo o vice-presidente da Scania para operações comerciais, Roberto Barral, as conversas com a Pepsico iniciaram ainda na Fenatran, realizada em outubro do ano passado, quando a montadora realizou o lançamento do caminhão movido a GNV. Em novembro de 2019, a Pepsico iniciou o teste com uma unidade do caminhão, que rodou por um mês em rotas entre São Paulo e a região Sul do País.
A venda foi realizada por meio da concessionária Codema, localizada em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. As primeiras unidades serão entregues entre a primeira e a segunda quinzena de agosto.
Segundo diretor de supply chain da Pepsico do Brasil, Eduardo Sacchi, o teste que foi feito por mais de um mês demonstrou uma redução de 20% do consumo e com base nos dados colhidos do caminhão em teste, a empresa calculou uma economia de R$ 10 mil por ano na manutenção do freio retarder. Além disso, comprovou a redução de ruídos em 20%.
Com a compra dos 18 caminhões a gás, a empresa calcula que o potencial de redução das emissões de CO2 de sua frota, hoje composta por 225 cavalos mecânicos (e mais de 600 carretas) é de 15%. Outras iniciativas da empresa, tais como a utilização biodiesel (B10) desde 2011, além da compra de dez caminhões médios 100% elétricos vão ajudar a empresa a reduzir em até 30% sua emissão de CO2 conforme sua projeção até 2030: a meta global é reduzir em 20% a emissão de CO2 de sua cadeia logística neste mesmo período comparado com os dados de 2015.
“Essa nova parceria com a Scania é a maior iniciativa para a transformação da nossa frota e converge com o compromisso da Pepsico em renovar a frota a partir de soluções sustentáveis: 100% da renovação da frota primária em 2020 foi com os caminhões movidos a GNV”, afirma Eduardo Sacchi, diretor de logística da Pepsico.
Segundo o diretor de vendas de soluções Scania, Silvio Munhoz, a venda para a Pepsico configura um total de 23 caminhões a gás negociados no Brasil até agora. Na semana passada, a empresa entregou os primeiros caminhões a gás vendidos no Brasil, no total de quatro unidades para duas transportadoras, a Jomed Log e a RN Express: cada uma adquiriu duas unidades do modelo R 410 6x2 para atender as demandas de transporte do cliente L’Oréal.
A Pepsico já era uma das empresas em que a Scania vinha conversando sobre os caminhões a gás e que demonstrou interesse na tecnologia. Outras empresas como a Unilever, Ambev, Citrosuco, Usina Cocal, Usina São Martinho, Solar Coca-Cola e Syngenta também fazem parte desse hall de potenciais clientes.
MAIS ECONOMIA: EM CONSUMO E PRODUÇÃO
Munhoz conta que até agora, dos testes do caminhão a gás realizados no Brasil, o modelo se mostrou de 15% a 18% mais econômico por quilômetro rodado em comparação com a mesma versão movida a diesel em aplicações rodoviárias. Em operações off-road, a economia pode chegar a 7%.
O caminhão movido a gás, que possui de 400 a 500 quilômetros de autonomia, custa 30% mais caro do que o convencional a diesel. Da mesma forma, o plano de manutenção premium flexível para o modelo ficou 8% mais caro.
Para tentar baratear o preço do caminhão, a Scania está trabalhando com dois possíveis fornecedores para nacionalizar os tanques onde são armazenados o gás natural e suas válvulas, itens que hoje são importados. Segundo Munhoz, as negociações seguem aceleradas por causa da volatilidade cambial.