Redação,Via Certa
O boletim epidemiológico Nº 52 divulgado, nesta terça-feira (5), durante a coletiva de imprensa, que atualiza os dados da Covid-19 no Rio Grande do Norte. De acordo com o documento, o estado possui 1.356 casos confirmados, 5.138 suspeitos, 4.702 descartados, 68 óbitos e 478 recuperados (pessoas que tiveram alta hospitalar).
Este cenário mostra que em função do percentual atingido com o isolamento social, os números seguem uma progressão e a situação ainda exige atenção. Razão pela qual ocorreu a edição do novo decreto governamental com a prorrogação das medidas de isolamento.
A taxa de ocupação de leitos Covid continua crescendo e está próxima de 50%. Na rede hospitalar estão internados, atualmente, 211 pacientes internados nas redes pública e privada, sendo 117 na pública e 94 na rede privada. Os casos mais críticos da doença 112 em UTIs e semi-utis e 99 em leitos clínicos.
Um dado preocupante apresentado pela Secretário de Estado da Saúde, Cipriano Maia, é relativo ao crescimento rápido do número de óbitos. As investigações dos óbitos suspeitos continuam e nas últimas 24 horas foram registrados seis mortes, ocorridas em Natal e Mossoró (dois em cada cidade), Parnamirim e Montanhas. Todas as vítimas possuíam comorbidades.
"A situação exige cuidado e atenção redobrada. E este é o motivo da prorrogação do decreto. Ainda precisamos manter o isolamento e o distanciamento social, e intensificar o uso de máscaras que passa a ser obrigatório em todo o RN a partir do próximo dia 7", afirmou Cipriano Maia.
CIENTISTAS E ESPECIALISTAS ORIENTAM MEDIDAS
O secretário chefe do Gabinete Civil do Governo do RN, Raimundo Alves, disse que a decisão de prorrogar o decreto estadual que estabelece normas e medidas protetivas à saúde pública contra o novo coronavírus foi tomada ouvindo o Comitê de Cientistas e Especialistas que assessora a Administração Estadual. O Comitê é formado por integrantes da Universidade Federal do RN (UFRN), do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), da UFRN e por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz. “Depois de ouvir o comitê científico, o Governo resolveu prorrogar as medidas restritivas por mais 15 dias, com vistas a aumentar o índice de isolamento social que é eficaz no combate ao vírus, valendo até dia 20. Exceto as aulas, que ficam suspensas até 31 de maio”, explicou Alves.
Durante a entrevista coletiva, o secretário da Gabinete Civil destacou também o aporte de recursos pelo Governo Federal para os Estados e Municípios compensarem a perda de arrecadação devido à epidemia. "O socorro é extremamente necessário para manter a máquina pública em funcionamento", declarou Raimundo Alves. O Congresso nacional (Senado e Câmara do Deputados) está votando a medida, mas não há definição sobre valores.
A respeito, ainda, do novo decreto que traz o uso obrigatório da máscara, o procurador-geral adjunto da Procuradoria Geral do Estado (PGE), José Eduardo Santana, detalhou a atribuição das empresas que estão autorizadas a funcionar fornecerem as máscaras aos funcionários e exigirem o uso aos clientes, funcionários e colaboradores. A exigência do decreto visa atingir os municípios os quais não tenham adotado a iniciativa. "As empresas que não cumprirem as normas estarão sujeitas a multa. A pessoa física não será multada, mas poderá responder civil e criminalmente por descumprimento de medidas de saúde, como é previsto em lei, no Código Penal Brasileiro", disse.
FAKE NEWS
O procurador-geral adjunto falou ainda sobre a previsão do novo decreto de
responsabilizar quem divulgar informação falsa, a 'fake news'. "Isso traz insegurança à sociedade. Quem faz deve responder criminal e civilmente e o Código Penal estipula multa de R$ 5 a R$ 25 mil para pessoa física que espalhar notícias falsas em relação à pandemia", apontou.
O representante da PGE acrescentou que as notícias falsas são passíveis de investigação. "Hoje no mundo virtual tudo fica gravado. Os órgãos de segurança têm estrutura para identificar de onde partem as notícias falsas. Com isso, poderá ser aberto processo para responsabilização dos autores. Não podemos ser coniventes com o errado e com fake news. A notícia verdadeira está aqui, nas entrevistas coletivas diárias do Governo e na cobertura feita pela imprensa", finalizou.