Redação,Via Certa
Por Sueli Reis
O Scania Banco está oferecendo a 100% dos clientes seis meses de carência em novos contratos de financiamento de caminhões e ônibus nas modalidades Finame e CDC (crédito direto ao consumidor). Para os contratos vigentes, a empresa também flexibilizou e oferece 90 dias (três meses) de carência para os clientes do CDC e de até 180 dias (6 meses) para os contratos de Finame, que pode ser menores, caso seja solicitado pelo cliente.
Segundo o diretor comercial do Scania Banco, Alex Nucci, as medidas atendem as necessidades de vários clientes que encontram dificuldades desde que a pandemia se instalou no Brasil, gerando o fechamento do comércio e a redução de outras atividades econômicas. Ele conta que a decisão beneficia todos segmentos de veículos comerciais, uma vez que cada um foi afetado de maneiras e intensidades díspares.
“Em caminhões, alguns setores, como os de carga para serviços essenciais não pararam, diferente para os ônibus, que tiveram parada instantânea, uma vez que os volumes de passageiros diminuíram cerca de 90% em duas semanas”, exemplifica.
O executivo reforça que cada atividade econômica foi impactada com uma intensidade e outras nem foram afetadas, como o agronegócio, que se prepara para a próxima safra de grãos, que mais uma vez promete ser recorde. Outras atividades de transporte relacionadas a cargas urbanas, cargas frigoríficas, materiais de higiene e limpeza e entregas de e-commerce se mantiveram ativas, enquanto bens de capital e combustíveis caíram drasticamente.
Por outro lado, Nucci indica que as equipes do Scania Banco estão começando a receber cotações de alguns segmentos que estavam em standby, como mineração, madeira, cana de açúcar e combustível.
“Embora ainda seja muito cedo para projeções, são pequenos sinais que de certa forma são positivos”, pondera Nucci. “Todo o mercado foi impactado e para o Scania Banco não foi diferente, acredito que em dois ou três meses a curva pode estabilizar e a economia vai tomando seu curso novamente”, acrescenta.
As incertezas do mercado e do cenário geral gerado pela pandemia também impactou os negócios de outra forma: justamente por causa dessa volatilidade, que pode influenciar nos juros futuros, o Finame voltou a ter condições mais atrativas que o CDC para novos financiamentos. O diretor do Scania Banco explica que até março, antes da pandemia, a taxa de juros estava muito baixa, gerando mais vantagem para cliente em contratos no CDC; com a crise, a volatilidade pode encarecer o juro posteriormente, deixando a modalidade menos atrativa.
“Como a premissa de que queremos que o cliente tenha o melhor juro, indicamos que hoje, o melhor cenário para ele é o Finame, mas estamos operando normalmente com o CDC”, conta.
De acordo com Nucci, antes da crise pandêmica, 80% dos contratos de financiamentos feitos pelo Scania Banco eram na modalidade CDC. “Essa curva reverteu e agora o Finame está com 80%, incluindo as linhas TFB, que têm taxa fixa, além da TLP e a Selic, que têm variações, mas o cliente percebe que com elas as parcelas terão valor menor do que no CDC, mesmo sabendo que vai incidir juros. A curva inverteu muito rápido”, comenta.
PONTOS POSITIVOS
A pandemia e a crise que a acompanha trouxe novas realidades para o mercado brasileiro, algumas delas revelam aspectos positivos. O diretor comercial do Scania Banco salienta que embora proporcionalmente sejam volumes menores, a participação da instituição nas vendas da montadora passou de 45% - índice que vinha se mantendo de 2016 até fevereiro deste ano - e passou para 60% desde meados de março.
O executivo analisa que este índice é natural dadas as circunstâncias e assim deve se manter, entre 60% e 65%, até que o mercado volte a operar na sua normalidade de 45%. Outro ponto positivo destacado por Nucci é que clientes da montadora decidiram não cancelar os pedidos e encomendas, mas apenas prorrogar. “Significa que o momento é difícil, mas eles entendem que é passageiro”.
Sobre o índice de novos clientes na carteira, o Scania Banco registrou um nível de 25% em 2019. “Ainda não temos a medição deste ano, mas pelo volume de propostas, devemos continuar neste nível e é possível até que ele cresça.”
Olhando adiante, Nucci é cauteloso ao propor qualquer projeção, mas indica que apesar do impacto em todo o mercado, tanto a montadora quanto seu braço financeiro se mantêm otimistas quanto ao horizonte.
“Tenho conversado com concessionários, frotistas e os setores que não pararam devem continuar operando; acredito que não agora, mas em meados de maio ou junho conseguiremos enxergar melhor o que vem adiante. Quero reforçar que continuaremos juntos para enfrentar todas as dificuldades, com 100% das equipes e todos os canais à disposição”, conclui.