Pesquisa revela dados preocupantes sobre o trânsito brasileiro
Uma pesquisa financiada pela Fundação Mapfre aponta que 20% dos brasileiros já sofreram algum acidente de trânsito no qual houve alguma pessoa morta ou ferida. Esse índice sobe para 47% quando a pergunta abrange o círculo familiar do entrevistado.
O levantamento foi feito em fevereiro e março deste ano e ouviu ao todo 1.419 pessoas maiores de 18 anos de diferentes municípios, com representantes em todos os Estados Brasileiros. A amostra envolveu pessoas sem habilitação (40%) ou habilitadas em diferentes categorias.
Outro número elevado indica falta de atenção aos pedestres e ciclistas: 90% dos entrevistados dizem que os motoristas não respeitam quem anda a pé ou de bicicleta.
Também dentro do universo de entrevistados, 7% desconhecem a Lei Seca e o que ela determina em relação a ingerir bebida alcoólica e dirigir. “A percepção dos brasileiros sobre a segurança do trânsito indica que a sociedade está madura para receber e apoiar projetos nessa área”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito, David, Duarte Lima, que coordenou a pesquisa.
A população reprovou toda a infraestrutura viária ao atribuir notas de 0 a 10 a diferentes elementos. Nenhum deles obteve média 5 ou maior. A pior nota foi a das calçadas, 3,48. As vias urbanas obtiveram 4,43 e as estradas, 4,66. A sinalização raspou, mas não passou: 4,99 de média.
Além de motoristas, motociclistas e pedestres, a pesquisa ouviu também executivos do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Departamentos de Trânsito (Detrans), Polícia Militar, representantes de motofretistas, fretistas e centros de formação de condutores (autoescolas).
Por esses entrevistados, o estudo concluiu que não existem programas de trânsito com abrangência nacional, a fiscalização é falha, a formação do condutor é deficiente e o Estado tem muitas limitações para resolver os problemas.
Uma das autoridades do Distrito Federal admite: “Não temos uma política pública de prevenção de acidentes. Temos campanhas pontuais, em véspera de feriados, em algumas cidades, mas não temos uma política pública séria de educação de trânsito que resulte em mudança de comportamento (...) Quando se fala em educação, não é uma propaganda bonita na TV que muda o comportamento, é um processo. Começa na educação infantil, vai até a universidade. E isso nós não temos.”
Para ver o estudo completo da Fundação Mapfre, acesse aqui.
Tags
NOTÍCIAS